Dias melhores virão
Por Deborah Christina de Araujo
O problema não está na pandemia, mas em
nossa mentalidade. Precisamos melhorar, aceitar, mudar o que não queremos para
nós e para o mundo. E este vírus que nos trouxe o isolamento, o desespero, a
dor, a vulnerabilidade, nos convida, ainda hoje e sabe se lá por quanto tempo,
a enxergar as coisas, pessoas, empresas, situações e a política de forma mais
adequada e realista.
A culpa não está somente na gestão do
país, sim de fato há um impacto muito grande o mau gerenciamento da nação, mas
existe culpa em nós como seres humanos e indivíduos sociais também.
Nós esquecemos que somos sociáveis e
isso também implica não só viver em sociedade, mas a obrigatoriedade que essa
condição nos impõe. Mamíferos, que somos, vivemos no coletivo.
Viver no coletivo no mínimo
subentende-se que nossas ações comprometem e impactam o outro, a nós, porque é
uma espécie de espelho. Não precisamos ser mais inteligentes para entender que,
no coletivo, nossa ação tem efeito amplificado, o que vai, volta.
Estarmos presos dentro de casa, na
condição de vida que criamos, muito provavelmente desencadeou pensamento que em
dias “normais” você não pensaria, talvez porque estaria correndo para o
trabalho, com os filhos, faculdade, projeto, casa, mas ai veio a notícias de
contaminações, mortes, e fomos absorvendo o medo, a angustia, a aflição, as
pessoas foram perdendo seus postos, suas condições, a ansiedade aumentou, em
tempo de tecnologia já estávamos sofrendo com ela, com os dados, a mídia e as
influencias fomos ficando cada vez mais ansiosos, apreensivos, com medo.
Afetou nossa liberdade e a forma como
nos comunicamos, nos tornamos mais tóxico, agressivos, mornos, e ficamos
acometidos e sintomáticos, começamos a sentir nossas dores escondidas,
adormecidas, a sentir como achamos que somos.
Perdemos! Mas toda a perda traz consigo
um ganho.
Ganhamos a oportunidade de mudar
De perceber quão frágeis somos e como há
condições e sentimento que não devemos mais sentir, trabalhá-los ficou
emergencial, um passaporte para sairmos da situação que nos incomoda.
Foi, ainda é, e arrisco em dizer que
sempre foi necessário nos reinventarmos.
Empresas aderiram novas tecnologias para
segurar o caixa, descobrindo assim possibilidades.
Pessoas foram descartadas e outras
mantidas em seus cargos, dizendo mais sobre o empregador que propriamente o
empregado.
A criatividade foi o foco e a
emergência.
Pessoas desconectaram-se e outra
conectaram-se, evidenciando formas de relacionarmos uns com os outros.
Criamos maneiras de encarar diferente,
por nós, pra nós e conosco.
Então, descobrimos que não é preciso
aceitar nada que nos incomode, mas não é com estresses que mudamos as coisas e
situações.
Acompanhamento psicólogo para ajudar nossa
comunicação não violenta, interna e externa, é um “presente grego” que nós
ganhamos e o mundo ganha.
Exercício físico em dia nos ajuda a
manter e controlar nossa ansiedade e estresses, possibilidade tomada de decisão
mais assertivas.
Quando a gente quer mudar o mundo, as
coisas e pessoas, a mudança tem que partir de nós. Quando a gente muda, o mundo
muda para gente.
Olhemos para nossas referências e vamos
entender porque sentimos e agimos da forma que conhecemos.
Saiba que tenha a referência que tiver
tido ela foi a melhor coisa que tem aconteceu, porque é exatamente a
oportunidade de mudar.
Porque cá entre nós, ter as coisas
fácies não nos engrandece, não nos transforma verdadeiramente.
Facilidade deve existir, mas para ser
manutenção de paz e não instrumento condutor de transformação.
Sair do casulo antes de virar borboleta,
dói.
A casca da lagosta quando ela cresce,
dói.
Porque o ser humano crescer não doeria?
Entenda que existem muitas dores ao
longo da vida de cada um de nós, e temos que saber lidar de forma a não nos machuquemos
também. As pessoas nos causam males, mas cabe a nós aceitá-los ou não. Saber
lidar é isso, compreender que o mal do outro pertence a ele e não a nós. Entender
que a dor de perder algo, alguém ou alguma coisa é transitório e nem sempre é
nossa responsabilidade.
É um processo difícil ter que lidar, mas
é possível. Também temos que considerar nossas construções familiares, nossas referência,
em algumas casas, digo ambiente de crescimento muitas pessoas têm como
referência masculina uma conduta criminosa, violenta e machista, mulheres tendo
que criar seus filhos carregando a responsabilidade sozinha, seja porque é mãe
solteira, uma estatística muito alta no Brasil, seja porque tem um
relacionamento abusivo, machista, inadequado.
Passamos por situações de racismos,
violência de gênero, assédio moral de todos os lados. Seja porque estamos acima
do peso, porque somos mulheres, porque somos homoafetivos, porque temos credo
XPTO, porque não pudemos estudar, porque somos pobres, enfim preconceito é o que
não falta.
E com isso vamos formando nossas interpretações
de mundo, do certo e do errado, muitas vezes uma visão errada que fazemos dos
fatos e situações.
Mas vamos rever, acolher e mudar o que
não nos cabe mais ;)
É como uma roupa ou um sapato que não
nos serve mais, vamos conseguir usá-los? Não, então porque vamos insistir em
uma postura e uma forma de ver as coisas e aceitar que não nos serve mais.
Mudança de mentalidade
A pandemia deixou muito latente algumas
feridas, mas quando elas reaparecem é oportunidade de curá-las.
Seja uma ferida de alma, seja uma ferida
de frustação.
Nós somos os donos do nosso mundo, cabe
a nós mudá-lo.
Enquanto há oxigênio nos pulmões, há
vida para ser transformada.
Comece pequeno, comece com uma atitude,
um sorriso, um respirar profundo, você escolhe por onde começar, MAS COMECE.
Entenda que a agressividade não está
somente do outro para nós, da palavra áspera e ofensiva, do tapa e empurrão
alheio, a agressividade está de nós para nós, de como internalizamos as coisas.
E saiba que todas a agressividade tem
uma razão de existir, mas você merece senti-la e nem ninguém ao seu lado por tem
amor, apreço ou porque precisa conviver contigo.
Então mude sua mentalidade e aceite que
é um processo de reconstrução ♥
Eu confio em você para transforma-se e
juntos criarmos dias melhores.
Precisamos uns dos outros 😊
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