quinta-feira, 26 de novembro de 2020

 

Dias melhores virão


Por Deborah Christina de Araujo


O problema não está na pandemia, mas em nossa mentalidade. Precisamos melhorar, aceitar, mudar o que não queremos para nós e para o mundo. E este vírus que nos trouxe o isolamento, o desespero, a dor, a vulnerabilidade, nos convida, ainda hoje e sabe se lá por quanto tempo, a enxergar as coisas, pessoas, empresas, situações e a política de forma mais adequada e realista.

A culpa não está somente na gestão do país, sim de fato há um impacto muito grande o mau gerenciamento da nação, mas existe culpa em nós como seres humanos e indivíduos sociais também.

Nós esquecemos que somos sociáveis e isso também implica não só viver em sociedade, mas a obrigatoriedade que essa condição nos impõe. Mamíferos, que somos, vivemos no coletivo.

Viver no coletivo no mínimo subentende-se que nossas ações comprometem e impactam o outro, a nós, porque é uma espécie de espelho. Não precisamos ser mais inteligentes para entender que, no coletivo, nossa ação tem efeito amplificado, o que vai, volta.

Estarmos presos dentro de casa, na condição de vida que criamos, muito provavelmente desencadeou pensamento que em dias “normais” você não pensaria, talvez porque estaria correndo para o trabalho, com os filhos, faculdade, projeto, casa, mas ai veio a notícias de contaminações, mortes, e fomos absorvendo o medo, a angustia, a aflição, as pessoas foram perdendo seus postos, suas condições, a ansiedade aumentou, em tempo de tecnologia já estávamos sofrendo com ela, com os dados, a mídia e as influencias fomos ficando cada vez mais ansiosos, apreensivos, com medo.

Afetou nossa liberdade e a forma como nos comunicamos, nos tornamos mais tóxico, agressivos, mornos, e ficamos acometidos e sintomáticos, começamos a sentir nossas dores escondidas, adormecidas, a sentir como achamos que somos.

Perdemos! Mas toda a perda traz consigo um ganho.

Ganhamos a oportunidade de mudar

De perceber quão frágeis somos e como há condições e sentimento que não devemos mais sentir, trabalhá-los ficou emergencial, um passaporte para sairmos da situação que nos incomoda.

Foi, ainda é, e arrisco em dizer que sempre foi necessário nos reinventarmos.

Empresas aderiram novas tecnologias para segurar o caixa, descobrindo assim possibilidades.

Pessoas foram descartadas e outras mantidas em seus cargos, dizendo mais sobre o empregador que propriamente o empregado.

A criatividade foi o foco e a emergência.

Pessoas desconectaram-se e outra conectaram-se, evidenciando formas de relacionarmos uns com os outros.

Criamos maneiras de encarar diferente, por nós, pra nós e conosco.

Então, descobrimos que não é preciso aceitar nada que nos incomode, mas não é com estresses que mudamos as coisas e situações.

Acompanhamento psicólogo para ajudar nossa comunicação não violenta, interna e externa, é um “presente grego” que nós ganhamos e o mundo ganha.

Exercício físico em dia nos ajuda a manter e controlar nossa ansiedade e estresses, possibilidade tomada de decisão mais assertivas.

 

Quando a gente quer mudar o mundo, as coisas e pessoas, a mudança tem que partir de nós. Quando a gente muda, o mundo muda para gente.

 

Olhemos para nossas referências e vamos entender porque sentimos e agimos da forma que conhecemos.

Saiba que tenha a referência que tiver tido ela foi a melhor coisa que tem aconteceu, porque é exatamente a oportunidade de mudar.

Porque cá entre nós, ter as coisas fácies não nos engrandece, não nos transforma verdadeiramente.

Facilidade deve existir, mas para ser manutenção de paz e não instrumento condutor de transformação.

Sair do casulo antes de virar borboleta, dói.

A casca da lagosta quando ela cresce, dói.

Porque o ser humano crescer não doeria?

Entenda que existem muitas dores ao longo da vida de cada um de nós, e temos que saber lidar de forma a não nos machuquemos também. As pessoas nos causam males, mas cabe a nós aceitá-los ou não. Saber lidar é isso, compreender que o mal do outro pertence a ele e não a nós. Entender que a dor de perder algo, alguém ou alguma coisa é transitório e nem sempre é nossa responsabilidade.

É um processo difícil ter que lidar, mas é possível. Também temos que considerar nossas construções familiares, nossas referência, em algumas casas, digo ambiente de crescimento muitas pessoas têm como referência masculina uma conduta criminosa, violenta e machista, mulheres tendo que criar seus filhos carregando a responsabilidade sozinha, seja porque é mãe solteira, uma estatística muito alta no Brasil, seja porque tem um relacionamento abusivo, machista, inadequado.

Passamos por situações de racismos, violência de gênero, assédio moral de todos os lados. Seja porque estamos acima do peso, porque somos mulheres, porque somos homoafetivos, porque temos credo XPTO, porque não pudemos estudar, porque somos pobres, enfim preconceito é o que não falta.

E com isso vamos formando nossas interpretações de mundo, do certo e do errado, muitas vezes uma visão errada que fazemos dos fatos e situações.

Mas vamos rever, acolher e mudar o que não nos cabe mais ;)

É como uma roupa ou um sapato que não nos serve mais, vamos conseguir usá-los? Não, então porque vamos insistir em uma postura e uma forma de ver as coisas e aceitar que não nos serve mais.


Mudança de mentalidade


A pandemia deixou muito latente algumas feridas, mas quando elas reaparecem é oportunidade de curá-las.

Seja uma ferida de alma, seja uma ferida de frustação.

Nós somos os donos do nosso mundo, cabe a nós mudá-lo.

Enquanto há oxigênio nos pulmões, há vida para ser transformada.

Comece pequeno, comece com uma atitude, um sorriso, um respirar profundo, você escolhe por onde começar, MAS COMECE.

Entenda que a agressividade não está somente do outro para nós, da palavra áspera e ofensiva, do tapa e empurrão alheio, a agressividade está de nós para nós, de como internalizamos as coisas.

E saiba que todas a agressividade tem uma razão de existir, mas você merece senti-la e nem ninguém ao seu lado por tem amor, apreço ou porque precisa conviver contigo.

Então mude sua mentalidade e aceite que é um processo de reconstrução ♥

Eu confio em você para transforma-se e juntos criarmos dias melhores.

Precisamos uns dos outros 😊


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