sábado, 31 de maio de 2014

Decisão

mais um texto na caixinha de escritos ... ali, tão escondidinho, quase esquecido.


Disse certo dia, Cora Coralina, sobre o decidir:

"Mesmo quando tudo parecer desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o DECIDIR" 

Poxa! Impressionante como os escritores, os poetas, os artista tem o dom de comunicar-se conosco nas linguagem diversas e arrancar dos nossos pensamentos as mesmas ideias, no emarranhado das nossas reflexoes e questionamentos internos. E não é exatamente isso que nos pegamos a pensar de quando em quando?

Ainda que brilhantemente, essa goiânia que tanto inspira os aspirantes da escrita, tenha juntado um conjunto de letras bem colocadas, sua sábia reflexão e descoberta, conseguiu, imagino eu propositalmente, ceder um espaço e liberdade para fazer continuar essa conversar entre teoria e teorema...

...sim decidir importa muito, principalmente porque é quase que uma identidade, uma assinatura. Não importa o que vai escolher, importa fazer a escolha, tomar a decisão, seja ela qual for... caso contrário a vida se encarrega de fazer algo e/ou colocar alguém para decidir por você, quer queira, quer não. AAAH e você descobrirá que ficar em cima do muro não é uma escolha e sim seu medo paralisando suas ações... O mundo é cheio escolhas difíceis, já dizia Ursula, mas melhor que ter as facilidades da vida é ser dono do seu próprio passo, com seu acerto e erro, isso sim, o torna vivo, o torna humano...

Deh Christina.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Gostoso de sentir

Um dia qualquer, sem coisa pra acontecer você vai ao escritório como de costume.
Olhando pela janela você vai lembrando de tudo, como quem revive sua história.
Não toda, a de um determinado ponto: as viajar que fez, com quem cada uma delas, os lugares, as pessoas e seus jeitos, os papos, os sabores, as risadas, os dias sóbrios, os embriagados, as palhaçadas, as discussões filosóficas, os UFCs partilhados, os filmes, as músicas, os aplicativos, a grama, o sol, a chuva e as lagrimas... Caramba... quanta história em.
E você percebe de um jeito diferente, que tudo foi essencial, gostoso de viver. Sem pontinha de saudade, mas com um sentimento melhor, uma sensação de que tudo sempre é o que tem que ser, na hora que deve ser, pelo tempo necessário.
Você se pega feliz pra cacete, e perceber que não guardou magoa, rancor, nenhum sentimento ruim de ninguém, lembrou daquelas pessoas que em um dado momento você quis quebrar. Você vê que elas foram boas sim, generosas no limite delas e pensa: todas as pessoas dão realmente o máximo de si, um si em cada momento, um si que expressa o que a pessoa foi naquele exato instante e sente que tudo de ruim que pensava e sentia delas e da sua vida, simplesmente, dissolveu...
Caramba você senti que se curou... limpou a alma, limpou as bagagens e trouxe os cartões postais.
Não é incrível esse constatar? Depois você se senti em casa, na sua casa e ela também faz parte desse lembrar todo, a lembrança de como foi dura a caminhada até ela, e o quanto ela, hoje significa mais do que você esperava que fosse significar, ou que pudesse imaginar e consegue até enxergar como as coisas serão daqui por diante.
Visualiza as páginas da sua vida virando?
A flor que vai colocar na mesa da sala? A horta que aprenderá? As tantas saídas e entradas pela porta que dará? Acompanha, sozinha, com as compras, com o salto na mão. Que seja, mas a memória não parou, lembrou daquela pessoa especial, daquelas especiais
E ai sim sentiu saudade, viu o quanto se apaixonou por essas pessoas, pela biologia, as exatas e tecnológicas, as humanas e as ciências...sabe bem né? Lembrou as aulas de anatomia. E também descobri que passou, tanto quanto foi bom. 
E um riso todo necessário se formou, não só no rosto como de costume, mas na alma, no coração, seu corpo inteiro. Mesmo hoje com um dia cinzento lá fora, o sol está brilhando ai dentro, mas não é eufórico, é calmo como não habitual.
Nota quando as cicatrizes dão cocegas boas, e nunca mais sangrarão?! Não essas, talvez outras feridas que virão, AAAAAAh! Mas as que virão, que venham tarde... Para essa felicidade nada singela, que invade não se esvaia.
Cada pedra, cada flor ... faz toda a vida valer muito a pena.

Deh Christina