Encarar as barras, ou as melhores aventuras sempre foi a opção certeira para um caráter desbravador, contestador. Fugir não.
Inovar! Contornar regras, aceitações estrategicamente, ok! Desistir, nunca! Principalmente desistir sem ao menos tentar, sem insistir quando as coisas não saem do jeito esperado, desistir nem como última alternativa é uma escolha.
Rever conceitos, quebrar tabus, reestruturar ideias, remanejar planos, abandonar costumes, perfeito! Sempre válido em prol da felicidade.
O caminho de tornar uma pessoa “mais fria”, calcular os sentimentos, já foi percorrido e sem frutos, sem colheita saudável e se esse fosse o melhor caminho, o trajeto não seria abandonado. De verdade! Sem sombra de dúvidas, mas isso não evita choros, sentimentos, noites mal dormidas, apenas domestica impulsos, camufla sentidos, inibe paixões, poupa vida e faz adormecer um pouco de nós, inibindo-nos por medo de sofrer.
O sofrimento machuca sim, mas que não seja instrumento facilitador para parar de pulsar vida. Quem é que nunca machucou alguém que atire a primeira pedra, e pior, quem é que nunca foi machucado? Quem é que nunca achou que morreria de tanto amar? Quem é que nunca decepcionou ou foi decepcionado? Quem é que não tem uma cicatriz no peito que às vezes sangra? Quantas vezes não foi preciso cair para levantar e aprender a andar? Quantas vezes as lágrimas não teimaram em cair na ânsia de ser acolhido? A vida é assim, e é assim pra todo mundo, mudar o curso dela não impede de sentir a falta das pessoas, ninguém dura pra sempre, mas extrair o máximo de vida enquanto há vida, extrair o máximo de alegria enquanto o momento é feliz e repeti-lo sempre que possível isso sim é viver... Isso sim alimenta a alma, nos torna mais gentis, nos melhora e sem percebermos, melhora o mundo. O que impede o sofrimento não é fugir das coisas do coração, mas a forma como encaramos os fatos, as realidades, as limitações alheias e nossas próprias limitações. Erramos aqui, perdoamos ali e a vida vai saindo do rascunho.
Os relacionamentos, sejam quais forem, duram o tempo exato que precisam durar, nem mais, nem menos. Aprende-se com essas trocas de experiências a trilhar o caminho de encontro com a pessoa certa, uma forma de construção, cada “erro de relacionamento” forma um pedaço da ponte que nos leva a outro melhor.
É felicidade paliativa fugir, ninguém consegue fugir dos bichos papões, e nem todos têm sete cabeças, é necessário encarar as feras. Ok! Lidar com nossos monstros não é tão simples assim, mas é possível. Não se foge das próprias batalhas e nem se vence as próprias guerras saindo de fininho, à francesa e fingindo que elas simplesmente não existem. Mas quem tenha escolhido essa forma de lidar com o amor, considere o fato que escolhe uma forma “quase que invisível” de magoar a si, aos outros e se boicotar.
Compartilhar é a melhor forma de felicidade, ninguém vive sozinho, há momentos sozinhos, decisões tomadas sozinhos. Vida solitária é utopia, ilusão que se alimenta a alma de vento. Feliz é aquele que ama e deixa ser amado, isso não é fraqueza. É permitir-se. Permitir ser feliz com a mesma simplicidade de quem prova uma fruta no pé da árvore e se satisfaz. “Calculista”, cauteloso, durão? Pode até ser, mas que seja no trato profissional e olhe lá.
Estado neutro não foi feito para seres humanos, é um erro assumir esse tipo de postura acreditando ser sinônimo de autocontrole.
Autocontrole é conhecer as próprias limitações e ainda assim, saber que é capaz de transcendê-las, mas há quem busca o autocontrole como estrada para a perfeição e felicidade. Tentar ser perfeito é uma imperfeição absoluta.
Quem persegue a perfeição dos sentimentos, da postura diante a vida, mesmo sem querer, por “dominação” dos sentimentos o faz enganosamente, se pune em doses homeopáticas e desconhece que desvia do objetivo, semeia desamor, posto que o amor está nos traços imperfeitos da trilha e de tão imperfeito exalta perfeição.
Amar é permitir que o mundo torne-se melhor, já que amando buscamos sermos melhores, ver sem vendas, sem neblina, sem a ofuscante e trapaceira razão distorcida. É amando que nos despimos das maldades, dos preconceitos, dos temores, dos medos, trazendo o melhor de nós para a superfície. Revelando a nós e aos outros nossa essência, por isso que no meio da história percebemos as coisas com mais feeling, com mais saber, porque amando passamos a ouvir a única voz que nunca deve ser ignorada, a voz do coração.
Deh Christina