AMOR
Não vejo problema algum em ser mãe, pelo contrário, acho admirável o desafio.
Vejo uma ausência enorme de distinção do sentimento de amar.
É muito clara e nítida a existência de diversos amores que não se colidem.
O fato incontestável de que nenhum amor tem peso diferente entre si, confere que não há uma sobreposição do mesmo sentimento.
Existe um amor e suas ramificações e cada qual com seu valor incomparável entre eles.
Onde foi que o amor se perdeu? É necessário desenhar? Ou há a incapacidade de amar? Ou pior, há a incapacidade de organizar dentro de si esse sentimento que não sejam possíveis suas ramificações?
Essa falta de capacidade explica bem o mundo e a natureza contestável humana.
Homens matando uns aos outros, crianças sendo sacrificadas em pleno sec. XXI, sendo estupradas, torturadas, maltratadas, abandonadas, nada disso tem a ver com outra realidade que a ausência de AMOR em maiúsculo e grifado.
A ausência de amor, havendo ou não suas ramificações, gera guerras, externas e internas de abrangência regional ou mundial.
Veja o universo! Em sua dimensão é capaz de amar, porque o amor além de ação e movimento é constante e harmônico, quem disse que harmonia é calmaria, a natureza ama, pois segue seu curso mesmo com a brutalidade humana, a pergunta se faz presente, por que há limite no amor apenas para os seres humanos? Nego-me a acreditar nessa inverdade.
Então ampliando e exemplificando o dito, não limite seu raciocínio em acreditar que há valor de quem dedica um amor menor ou maior do que quem é dedicado. Vejamos:
Amor de mãe para o filho(s)
Amor de filho(s) para mãe
Amor de pai para filho(s)
Amor de filho(s) para pai
Amor de mãe e pai para filho(s)
Amor de filho(s) para a mãe e pai
Amor de homem para mulher
Amor de mulher para homem
Amor de homem para homem
Amor de mulher para mulher
Amor de irmãos
Amor de primos
Amor de avos
Amor de amigos
Amor de outras espécies (indivíduo para um animal / animal para seu dono...)
Amor de homem e natureza
Amor de homem e objeto
Enfim, mais que desenhado. Compreende pelo menos que a raiz é amor?
Bom! Já é um começo.
Se amor de filho é único, por que, por exemplo, entre os que semeiam e disseminam os genes não pode ser? Porque um retira o amor do outro ou decai esse amor? Não é pensamento meu, são fatos, relatos de pais, relatos do próprio homem.
Retire por um segundo a biologia, sem desmerecê-la, e direcione seu raciocínio na ideia de que o ser humano é dotado do pensamento além dos extintos, saber diferenciar uma ação além da sobrevivência, nos difere dos demais animais, não?
Então! Sugiro rever seu conceito de amor e começar a amar de verdade.
O amor não deve apenas alimentar um útero, deve invadir a alma, tomar um espaço que é devido sem expulsar outro. A pessoa que for capaz de diferenciar os amores concebendo a cada qual o seu amor, com ou sem o útero em questão, é capaz de amar no mais elevado grau que o sentimento permite porque o faz por completo.
O Deus que a alma conhece me fez mulher, me consentiu o dom de procriação, gerar VIDA!
Dom grandioso demais para eu desperdiçar de forma egoísta. Uma confiança surreal para eu falhar. Junto com esse dom me deu a liberdade de escolha, nesse ponto podemos por em paralelo a grande biologia. Se a escolha é minha, escolho gerar uma vida daquele que for capaz de amar em sua totalidade.
Se um ser for capaz de amar outro ser independente de seu útero, reconhecendo os diferentes amores, merece a confiança de partilhar geneticamente da criação de outra vida. Sendo assim, é suficientemente capaz de amar e cuidar da sua espécie e que dá a esse ser o dom equivalente ao de gerar, afinal, no processo de criação há sua participação.
Aquele que só reconhece um ou outro amor como incondicional dando diferentes pesos a eles, não sabe amar, logo, não sabe cuidar, logo, se engana e é enganado.
Eu não contemplaria um homem em ser pai de filho meu com essa deficiência. O Deus que eu acredito é uma energia de amor e me reprovaria gerar um ser para ser amado e amar parcialmente.
O processo de geração de vida é muito bonito para ser desperdiçado como fábrica de troféus. Não gero seres humanos incompletos, deficientes de amor. Existem fábricas para isso, se sua vontade é mero instinto.
Não farei parte de um mundo caótico, aonde as pessoas vão sendo fabricadas a esmo apenas para alimentar o ego e apresentar seus genes supostamente perfeitos.
Quando as pessoas, um dia quem sabe, aprenderem a amar, saberá o que esse sentimento representa e seu poder transformador, o mundo então estará salvo.
Crianças serão geradas por amor, ao invés de fabricadas, em ambientes amorosos sem falsos conceitos, sem tempo limites de duração, o mundo respirará amor e terá amor para dar, saberá o que é respeito. Porque nesse desenvolvimento todo, o respeito se restabelecerá.
Fim das guerras, fim dos abusos violentos de homens contra homens, homens contra animais, homens contra seu habitat.
Nada aqui tem a ver com alguma crença religiosa, conceitos morais e culturais criada por humanos, tem a ver com o amor, suas ramificações e a vida. Sem apologias.
Não eleve sua razão às brutalidades da maldade. Esse ponto é outro no curso dos sentimentos e não vem ao caso exposto. Tão longe falo de utopia.
Tudo que é pensado é possível de materialização, cientistas advertem.
Portanto, eu amo!
Amo o meu corpo!
Amo o que ele faz!
Amo como ele faz.
E não lhe dou o direto de invadi-lo com seu pequeno, limitado conceito de amor.
Aconselho poupar-me da sua ignorância, eu respeito suas limitações, e espero que meu respeito baste.
Eu estava quieta quando veio insultar-me com sua nostalgia e desordem mental.
Se não tivesse invadido meu território de forma a me afrontar viveria sem essa resposta.
Não me afronte se não consegue suportar o fardo,
Não me afronte se não tiver a intenção de cutucar a colméia,
Não me afronte se presa sua calmaria emocional,
Não me afronte quantas vezes precisar ler/ouvir.
Sou da paz e amor, mas invoco as tempestades se for preciso.
Deh Christina/ 2011.
(obrigada esportista favorito ;)
(obrigada esportista favorito ;)
