terça-feira, 29 de janeiro de 2013

DE NADA ADIANTA


De nada adianta o caminhar adiante se as direções estão opostas, elas que pareciam andar na mesma seta.

Um esforço unilateral quebrando conceitos, atualizando emoções, aceitando diferenças, em vão.

Abrem-se lacunas, abismos nos sentimentos. Um gostar demasiado, transbordante, porém, trançado por pegadas solitárias.

De nada adianta aceitar ou propor opções quando não há um ceder, uma vontade de se doar, um querer estar quando saltitam outras atrações. Quando tudo parece mesmo uma soma entre o útil e o agradável, uma camuflagem das preferências.

De nada adianta se até a chuva parece mais bonita que o sol, o dia que a noite, o não que o sim.

Não há jogo saudável se as partes perdem. Sem ganhadores, sem inocentes.

De nada adiantam avisos, lembretes, toques e apelos quando não levados em boa consideração, quando a corda está toda arrebentada de um lado só.

Competição invisível essa de se chegar a lugar algum, que assola o dia, inquieta a noite, apavora o coração, altera o tom da voz, o compasso das emoções e esfria as veias.

Acredita-se em tempo dos tempos, aquele que barra o avanço desleal rumo ao – por vezes doloroso – avanço construtivo, na busca incessante de possibilidades.

Hora certa! De repousar as ações, ausentar-se para balanço, renovar ideias, abrir os olhos e preparar o voo para adiante voltar a acreditar.
Deh Christina